Esse espaço de luz que existe em mim
Esse cômodo amplo e ensolarado que os outros visitam
É de recato e ilusão esse quarto
Nele danço gentileza e elegância.
- porte de gazela olho de leoa -
Não há nessa luz mais que a moleza leve de minhas cadeiras
Meus pés frouxos a rebolar melodias recônditas.
Mas se o acaso porventura vier em forma de nuvem
bandida
irromper a luz dessa sala
Cuida esse algo que salta o ar para nunca mais pousar
Revoada de sombra parada no ar a estancar as coisas e o dia.
Assusta não!
É de crueza e realidade mas como tudo que sobressalta
ressalta e conta um tempo.
Esperar pode ser demasiado prematuro nessas horas.
Assiste o que incorpora e tinge as paredes com disciplina
pois é assim que os espaços se dão
- e são tantos ultimamente -
E o tempo nessas horas não diz nada.
Melhor é manter os olhos no chão e perder-se nesse jogo
Permanecendo os dois, parquê e tu, pequenos inertes na espera de ser reconhecido por aquele que olha.
Quem sabe esse recorte preencha a latênciabeija-flor que desposou teus pensamentos.
Quisera eu!
Acorda não! Segue em paz.
Espaços estão para serem habitados
nos momentos de sombra é que se revelam
e não custa nada deixar esse cômodo soprar para dentro de nossos pulmões.
Por mais que na hora penses que esse suspiro vem de ti.
Deixa-te apreender por esses segundos de não dizer
Permite a luz sua virtude de esmaecência, e se preferir esmaece também
Que nem só de horas claras se fazem nossos dividendos
São também de sal e penúmbra os espaços que circundam o farol.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
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