quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

faz mais de mês que a rotina não é mais uma mão suave deslizando pela superfície úmida da pele; os dias arenosos se emaranham a alta madrugada e o sono é um objetivo incerto, potiagudo. Sinto como se a casa tivesse perdido suas janelas e há só uma porta solitária temperando pequeninos córregos onde o limo por horas é cinza e a água chega a criar uma nata transparente qual leite fervido. Se há vida nesse poço raso ela deve ser uma materia quase inerte, uma planta tosca confundida na oleosidade que escorre dos olhos com certos suvenires cultivados por senhoras gordas em tardes mormaçentas.

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